sábado, 28 de junho de 2014

Os adoráveis dois anos


Os "terrible two" é um tema frequente entre mães de crianças de 18 a 36 meses, é a famosa fase de "birras" que também é conhecida como adolescência do bebê. Essa também é uma fase de transição importante, nossos pequenos estão deixando de ser bebê e se transformando em criança.

Muitas mudanças estão acontecendo, é a linguagem que vai se consolidando, a coordenação motora se ajustando, os interesses e brincadeiras mudando... e é tudo muito intenso. É obvio que essa mudança toda não vem calma e tranquila ela costuma vir acompanhada de alguns episódios de choro, protesto (não gosto de chamar de birra, tá!), mudanças de humor e coisas do gênero.

Marina sempre teve um temperamento forte, ela é carinhosa mas ao mesmo tempo é muito independente e decidida, então nunca tive dúvidas de que essa fase não tardaria a chegar e chegou faz um tempinho já (creio que desde 1 ano e 6 meses por ai). Ela tá uma graça, cada dia mais sapeca (mãe babona modo on), aprende coisas novas em velocidade de dobra (mãe geek modo on), é observadora, quando pensamos que ela não está a par do assunto só porque não a comunicamos diretamente, ela, muitas vezes já está totalmente informada.  Em fim, me encanto a cada dia com as descobertas dela.

Obvio que ela também chora por causa de coisas que deseja e não pode, que insiste, insiste, insiste, insiste...
quando realmente quer alguma coisa, que tem desentendimento com outras crianças, principalmente por causa da posse de brinquedos, isso tudo também acontece por aqui. Porém o que me surpreende nisso tudo é a beleza dessa fase.

A persistência em alcançar seus objetivos é algo que me encanta, como é persistente, tenta, tenta, tenta, de maneira muito incisiva (kkkkkk), fico pensando, quando nós adultos vamos perdendo isso, muitas vezes deixamos de lado nossos objetivos por causa das adversidades? Penso que deve ter sido no processo de educação, será? Obvio que muitas vezes tenho que negar o que ela quer, mas uma coisa que venho fazendo e tem dado muito certo é me antecipar, se sei que ela vai cismar com algo que é impróprio ou perigoso simplesmente tiro do seu campo de visão.

Aliais, antecipação é tudo nessa fase, a criança precisa se sentir segura e entende muita coisa, então conversar é uma ótima ideia. Exemplificando, deixar claro o que vai fazer em uma ida ao Shopping. Ontem fomos eu e ela ao shopping comprar o presente de aniversário da prima, falei o que iriamos fazer, fui no carro falando, fazendo festa, dizendo que a priminha ia gostar do presente que ela ia dar. Chegando lá foi bem tranquilo, ela curtiu comprar o presente para a prima. Claro que nem sempre isso dá certo, mas o que observo é que cada dia mais essas conversas vão ajudando no processo.

Outra coisa, escolher a "briga" que quer comprar, tem situação que é tão boba, você vai deixar apenas seu filho nervoso, eu confesso que já deixei ela dormir com a roupa que ela tava curtindo muito (geralmente camisetas novas bem coloridas kkkk), brincar um tiquinho a mais, ficar um tempo maior no banho, bater nas panelas e por ai vai. Isso não significa que não cuido dela, que tudo aqui é bagunça (bem as vezes... quem nuca).

As crises de choro (e Marina chora bem alto mesmo) são frequentes, mas uma coisa que deve ser dita é que essas crises são normais para essa idade. Acontece que as crianças ainda estão em desenvolvimento, seu sistema nervoso ainda não está totalmente organizado, assim como, nessa idade as crianças ainda não tem os filtros culturais que nós adultos temos, então não tão nem aí se forem sai com um tênis de cada dor, ou se soltarem um pum na frente das visitas. O resultado disso tudo é que elas ainda não conseguem lidar bem com algumas emoções como frustração, raiva etc. Pensando bem muitos adultos também não sabem fazer isso, não é? Nosso papel é importante nessa fase, fazer com que a criança consiga aos poucos aprender a lidar com seus sentimentos é um processo importante.

Nossa, tenho explicado e gastado meu latim mais que tudo com Marina esses dias, o porque isso não pode, porque aquilo é perigoso e assim vai. Funciona? Nem sempre, as vezes sim, as vezes não, mas acho que esse é o caminho. Fora que não creio que vá ajudar minha filha a lidar melhor com suas emoções tendo um ataque de nervosismo ou batendo nela! Se quero ensinar calma, autocontrole, empatia, solidariedade, paciência e tudo mais para milha filha tenho que praticar isso também, não é?

Vejamos o lado bom, aliás não só bom, maravilhoso, você vai ficar toda boba ao ver a criaturinha olhando séria para você, enquanto você tenta dar banho nela e fala "sozinha!", ou quando ela canta de forma muito engraçada as músicas preferidas, amanhece o dia tagarelando sem parar (cada dia mais) e falando frases completas, encaixando quebra-cabeça e ao final fala consegui! Focando em uma atividade (desenhar e pintar) por um tempo grande, pegando um livrinho de historias e contando a história para você... Pedindo para eu sair da sala para ela "trelar" kkkk espertinha.

Tem coisa mais linda? Então companheiro (pai, mãe, tio, tia, amiga...) que tem criança nessa fase, força na peruca, aproveita a fase e mentaliza o mantra: "É uma fase, vai passar..." 


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