sábado, 21 de dezembro de 2013

Infância e consumo: como achar um equilíbrio saudável?

Antes de tudo começo dizendo que não tenho as respostas, mas tenho tentado usar o bom senso quando o assunto é consumo aqui em casa.

O que motivou esse post foi a conversa que tive com um menino aqui do condomínio ele tem três aninhos, para resumir vou contextualizar o que aconteceu: eu como de costume sempre desço para brincar com a Marina na área do parquinho, e geralmente encontramos outras crianças a maioria com babás, eu sou meio alienígena aqui no prédio porque sempre estou com minha filha, e costumo conversar e brincar com as outras crianças também (até porque as babás tem uma atração incrível pelo celular, então ficam com o dito cujo ou conversando entre si enquanto as crianças brincam sozinhas...).

Marina tava no pula pula com outra criança e ele chegou com um monte de brinquedos, e um patinete. A menina que estava com Marina no pula pula se animou e desceu, foi direto para o patinete e ele gritou: "Não pode, esse brinquedo é de menino". Na hora fui conversar e explicar que os brinquedos são de meninos e de meninas e tal, incentivei mudarem o foco e foram todos pular.

Como de costume, fui conversando com ele, e ele (muito fofo e esperto) começou a falar, eu tenho isso, aquilo, aquilo outro, meu pai vai me comprar isso, aquilo, aquilo outro.... tenho filme disso, filme daquilo, minha sandália e tal, tenho uma roupa tal... daí a mãe ligou para a babá que subiu com ele todo animado porque ia no Shopping... Sinceramente, fiquei tão pra baixo, ele é tão fofo, tão pequeno, e já não sabe brincar, usar a imaginação, ser criança, ser simples... 

E infelizmente essa cena é um pouco comum por aqui, eu não queria Marina crescendo assim, sei que tem a televisão, os coleguinhas, o mundo todo dizendo: consuma, consuma, consuma! Mas será mesmo que isso é necessário? Será que é bom?

Eu fui uma criança pobre, mas meus pais nunca me deixaram faltar nada, e me criaram com muito amor, só que brinquedo era só no natal, dia das crianças e aniversário,a mesma coisa com as roupas. Também reaproveitávamos brinquedos e roupas entre irmãos e primos. 

Hoje tenho uma situação financeira estável, não sou rica, mas não me falta nada. E me pego, as vezes querendo comprar sapatos, roupas, brinquedos em demasia para Marina. Até agora tenho resistido bravamente, porque quero que ela se sinta amada e valorize o que somos e não o que temos.

Isso não quer dizer que não tem brinquedos ou roupas, tem sim, até demais porque ganha dos avos, tios e amigos, mas tem umas regrinhas básicas aqui em casa:

1. Evitar ter dois ou mais do mesmo (não tem sentido ter um monte de sandália tipo havaiana _a força da marca kkkk - por exemplo, então compro uma quando a outra não dá mais);

2. Evitar personagens - eu não queria contato com televisão, mas a tarde ela fica com a babá e assiste (a meu contragosto), então conhece alguns personagens e os identifica - então evito roupas, brinquedos, produtos licenciados, justamente para não estimular. Estaria sendo hipócrita se dissesse que ela não tem nada, tem sim um creme e um shampoo do backardigans que ela toma banho e brinca, e deve ter um ou outro item ganho, mas no geral evito mesmo;

3. Fazer brinquedos com ela, é muito legal, usar garrafas pet, caixa de papelão, corda, lata... eles amam fazer parte do processo e aprendem que para se divertir não precisa necessariamente de um brinquedo pronto (que aliás na maioria das vezes faz tudo pela criança...) - Acho que além de estimular a criatividade posso despertar nela (mais pra frente) uma consciência ambiental ao reaproveitar.

4. Dar prioridade a brinquedos de madeira, de encaixe, bolas... brinquedos que façam ela se movimentar, brincar, andar, pular e que façam ela experimentar outras texturas que não o plástico.

5. Presentear em alguns momentos, mas priorizar a brincadeira diária com ela, isso é que fortalece o vínculo, e que é divertido.

6. Aproveitar roupas e brinquedos das primas e doar os dela quando não usa mais (ela é bem apegadinha e ainda não entende direito essa parte de dar o que não usa mais, mas espero que mais tarde desenvolva mais esse lado desapegado). Então aqui é assim, tenho uma sobrinha a Léia de 3 anos, a Marina tem 1 ano e 6 meses e outra sobrinha a Ester de 9 meses, então tem brinquedo que era da Léia, veio para a Marina e já foi para a Ester, assim como algumas peças de roupa e itens do enxoval.

7. Não tem isso de sexismo aqui em casa, brinquedo é brinquedo e pronto.... ela tem boneca e carrinho, ursinho e bola, vestidinho e bermudão, roupa rosinha e mega colorida. 

8. Sair, brincar fora, ao ar livre de pé descalço se sujando mesmo.

9. Dar o exemplo, tenho trabalhado o desapego de doar itens bons que não uso mais, não ter muito do mesmo (apesar de amar bolsas e sapatos kkkkkkkk), e sempre valorizar o outro a conversa e a brincadeira, então comigo é assim: ao invés de sentar e assistir um DVD de clipes infantis porque não dançar e cantar juntas?

Não sou uma super mulher, não julgo que estou fazendo tudo certo, tem coisas que acontecem e que não gosto (ela assistir TV a tarde por exemplo, e o pior é que ela gosta), mas estou tentando. É bem verdade que temos dias de cansaço, que não estou tão disposta a brincar, que quero comprar um mimo a mais para ela, isso acontece, é normal, mas espero que o dia a dia não seja assim consumista e distante, quero  minha pequena bem danada, brincando e pulando do que ela quiser e juntinho comigo, sabendo que as pessoas são muito mais importantes que as coisas, espero conseguir, vamos ver.



OBS: Esse documentário é bem legal, se chama: Criança a Alma do Negócio, vale a pena dar uma conferida.






sábado, 14 de dezembro de 2013

Porque queremos "adultizar" nossos bebês?

Tem coisa mais chata do que ter seu filho comparado a outra criança? E a cobrança já começa com poucos meses de vida, é um tal de já sustenta a cabeça? Já senta? Já engatinha? Já fica em pé? Já chama mamãe? Já anda?.... Há mas o filho de fulana andou com 8 meses, o de sicrana com 5 meses já engatinhava... e por ai vai.

Gente, pelo amor... um bebê andar aos 9 meses é tão normal quanto andar aos 16 meses, garanto que se seu filho não tem nenhuma doença, é uma criança saudável e feliz uma hora vai andar, vai falar, vai fazer xixi no banheiro.... Não entendo essa necessidade de "adultizar" bebês e crianças, até porque não conheço adulto saudável que ainda use fraldas...



A mesma coisa é com a amamentação, agora que Marina tem 18 meses de vez enquanto escuto a famosa pergunta, ela vai mamar até quando? Já não está grande para mamar? Minha resposta tende a ser vaga porque estou sem paciência, me limito a dizer que não sei até quando ela vai mamar nós (eu e ela) não decidimos isso ainda.

Minha Marina é um bebê normal, fez e faz tudo a seu tempo e quero que continue assim, sinceramente não acho que infância seja uma competição esportiva para ver quem chega primeiro. Me diz uma coisa, para quê um bebê que nem compreende o mundo direito, que tem que formar sua auto-imagem, precisa saber matemática ou ler? 

Pessoalmente acho que o tempo da criança deve ser respeitado, ela não deve ser forçada, isso é diferente de estimular. Eu brinco muito com Marina, dançamos, cantamos, desenhamos, conto histórias, brinco de carrinho, no parquinho, no pula-pula, jogamos bola... a lista é longa, não para por ai não, essa é só uma pequena mostra. Sempre que brincamos ofereço brincadeiras que permitam a ela explorar o mundo, vivenciar conhecer, vou sempre verificando o interesse dela e se está se divertindo, nada forçado.

Mas acima de tudo defendo o direito da minha filha ser simplesmente um bebê, que mama, que se cansa, que ama explorar o mundo, que está aprendendo a viver nesse mundão. Não troco a delicadeza dessa descoberta diária por nada, tudo a seu ritmo e com muito amor, para quê pressa? Um dia ela vai ser independente, um dia vai ser criança, adolescente, adulta.... por enquanto é uma bebê, linda, engraçada, forte, carinhosa e buliçosa como tem que ser.






domingo, 8 de dezembro de 2013

Uma árvore de natal especial para Marina

Sempre que o natal se aproxima parece que temos uma esquizofrenia coletiva, enfeites e mais enfeites, compras, compras, compras, presentes, festas... Não! Não sou contra o natal, muito ao contrário, sempre gostei, porque era o momento em que tínhamos a família reunida, que comíamos as comidinhas de família reservadas para datas festivas... a questão que levanto é que o natal tem perdido seu sentido, tá parecendo réveillon, é uma festa em que se come bem, se consome muito e só.

Pensando nisso e querendo incluir Marina em cada uma das etapas decidi junto com o pai dela fazer a nossa própria árvore de natal, para que ela participasse do processo, e depois pudesse manipular, trocar os enfeites de lugar, curtir a árvore que afinal é dela! (Detalhe, somos casados há 7 anos e essa é nossa primeira árvore).

Meu habilidoso marido comprou uma folha de EVA mais durinha e fez o cone, colou com fita adesiva dupla face (daquelas de colar quadro na parede) e arrematou com fita isolante para ficar bem firme. Depois cobrimos com feltro verde, os enfeites fiz com feltro também, peguei os moldes da internet depois foi só cortar. Só costurei a estrela de cima, fiz três iguais e costurei (não muito bem pois me falta habilidade) as três pontas de cima deixando espaço para encaixar na árvore. O custo foi bem baixo, na verdade compramos só o EVA pois já tínhamos o feltro, foi um dia divertido para Marina que acompanhou tudo, mexeu nos tecidos, e ficou muito feliz com a árvore. Aliás ela mexe nos enfeites todo dia, muda de lugar, uma graça.

Estamos ensaiando fazer um presépio também, vamos ver se conseguimos. Vai ser legal, fazemos com ela e depois eu conto a história do nascimento de Cristo a ela como faço com os livrinhos e marionetes.

Eis a nossa árvore:



Não sou talentosa, não ficou perfeito, mas foi tão bom, ela aproveitou tanto, ela brinca muito com essa árvore. Além disso ela tem total autonomia, não tem perigo, ela pode mexer em tudo e se tombar não tem problema que é bem levinha e no final das contas ela, o papai e a mamãe juntos é que fizeram tudo, acho isso bem mais a cara do natal do quê essas mega decorações de shopping.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Culpa Não, Responsabilidade Sim!

Faz um tempinho que não escrevo por aqui, ando muito atarefada... mãe/professora em final de semestre já viu...

Mas hoje na timeline do meu facebook vi uma postagem da campanha Culpa Não! da Revista Pais & Filhos que realmente me deixou muito incomodada, não só pelo conteúdo (que em geral não é lá essas coisas), mas pelo desserviço que está prestando.

O texto tem o seguinte título: Há um ano: leite em Pó.

E continua com o seguinte subtítulo: A tal moda de amamentar está me dando fome... E todos os adultos achando que estou chorando por cólica

O texto é narrado por um bebê que chora de forme porque a mãe com pouco leite insiste em amamentá-lo é de extremo mal gosto e sem fundamento pois:

1. Ridiculariza a amamentação reduzindo-a a uma moda;
2. Estimula o consumo de leite em pós sem qualquer outra orientação, e todos sabemos que bebês não podem tomar leite em pó (tipo integral) até um ano, antes dessa idade tem que tomar fórmula láctea adaptada.
3. Insinua que o leite em pó tem todas as propriedades do leite materno.

Sei que perto dessa empresa sou apenas uma "mãezinha" mas mesmo assim me sinto no dever de dividir minha experiência e alertar mais uma vez sobre esse assunto.

Marina está com 1 ano e 5 meses, mama muito até hoje, de dia e de noite, não quero me exibir ou dizer que sou melhor mãe que ninguém.

Sou uma mulher normal, e para mim no início, a amamentação também foi difícil, quando ela nasceu era pequena, a pega não foi boa, não fui orientada direito na maternidade e o resultado foi: dois bicos rachados e sangrando e muito leite "empedrado", durante o primeiro mês todo eu senti muita dor ao amamentar, mas sabia que era o melhor para ela e para mim e busquei apoio em grupos de mães na internet o que foi de muita ajuda. Mas em nenhum momento quis que minha filha passasse fome, cheguei a comprar uma lata de fórmula láctea para ela caso fosse necessário, mas não foi e acabei doando.

Nesse início de amamentação o que me manteve firme foi a informação que tinha de fontes corretas OMS, Sociedade Brasileira de Pediatria, Ministério da Saúde só para começar, além dos estudos e pesquisas científicas a que tenho acesso por causa da minha profissão que provam que o leite materno é o melhor alimento (para o corpo e para a alma) e que não pode ser copiado por nenhum fabricante de leite e que a fórmula láctea melhorou muito, é uma boa alternativa na impossibilidade de amamentar, mas não pode ser comparada ao leite materno.

Outra coisa que me manteve firme foi minha rede de apoio, do pai da minha filha, da família próxima e de outras mães no mundo virtual, sem apoio seria muito mais difícil.

Depois do primeiro mês meus seios sararam, a pega finalmente ficou ótima e consegui amamentar quase tranquilamente... quase porque Marina sempre foi magrinha e até ficar claro que essa era a estrutura dela sempre tinha alguém que vinha com essa estória dela estar com fome! Agora, pensem em como isso é cruel com a mãe, você tá sendo acusada de deixar seu filho passar fome (como, inclusive o tal post sugere).

Hoje ela continua mamando, e mama em qualquer posição, muito engraçado! E tem uma coisa muito fofa que ela anda fazendo que é olhar para mim e dar um beijinho no seio quando termina de mamar e dizer "cabou" eu fico toda derretida, coisa mais linda da mãe :)

Mas nem tudo são flores como diz o ditado, em picos de crescimento ela quer ficar dia e noite mamando e se nega a comer, quase volta a amamentação exclusiva e isso demanda demais de mim que voltei a trabalhar fora, as vezes estou cansada, as vezes fico encucada achando que ela precisa comer... mesmo com tudo que sei não dá para fujir desse sentimento, lógico que depois desespero, paro, respiro e racionalizo.

Ainda tem o pré-conceito, muitos querem dizer que a mãe que dá leite artificial é que sofre preconceito, não acho, uma vez que essa parece ser a regra, já a mãe que amamenta e ainda por cima um bebê maior de 1 ano recebe muito olhares de reprovação, conselhos para desmamar, dicas e toda a sorte de besteiras que aprendi a ignorar solenemente fazendo a minha mais bela cara de alface.

Ninguém pode julgar uma mãe por amamentar ou dar leite artificial, cada caso é um caso, e é claro que quem não consegue amamentar ou não tem disponibilidade, sei lá... não precisa se culpar!

A questão é, amamentação é a melhor opção, mas não é tão instintivo como pensam, precisa de orientação, apoio e informação qualificada acessível. Distorcer as coisas, insinuar que as mães estão deixando seus filhos passarem fome não é legal, não mesmo!

Minha opinião pessoal, filho é responsabilidade nossa, decidimos ou aceitamos (no caso de gravidez não planejada) tê-los, temos a obrigação de nos informar, de entender suas necessidades e de provê-las, claro que isso tudo quando há possibilidade para tal.

Eu e Marina agradecemos a todos que nos ajudaram e que nos apoiam, a amamentação segue e vai seguir ainda por um bom tempo não sei precisar o quanto, realmente nesse caso é culpa não!



quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Síndrome Pé Mão e Boca

Esses últimos dias foram uma loucura nessa casa, minha Maricotinha deu para adoecer, primeiro teve uma conjuntivite, depois um resfriado, daí quando tudo estava calmo e tranquilo.... no sábado ela começou com mal humor, choro por tudo, irritação e no domingo veio a febre, segunda bem cedo levamos a pediatra e veio o diagnóstico de estomatite, porém na terça ela amanheceu com bolhinhas também nas mãos, pés e área da fralda, ou seja, um caso clássico da tal síndrome pé-mão-boca.

Essa doença é uma virose, causada pelo vírus Coxsackie, que é altamente infeccioso, "ataca" mais as crianças menores de cinco anos. 



Os sinais e sintomas são:

Febre - que é variável, tem criança que nem tem;
Aftas na garganta e boca;
Depois podem aparecer bolhas pequenas avermelhadas e amareladas no centro, na mãos e pés, podendo também aparecer na área da fralda.



O ciclo do vírus dura de 5 a 7 dias, a doença regride sozinha e o tratamento é só sintomático.

O que estamos fazendo aqui para aliviar os sintomas são:

Atenção redobrada na higiene tanto da Marina (limpeza da boca, banho, manter sequinha, roupas arejadas) quanto nas coisas dela (copos, pratos, talheres, roupas, brinquedos)...

Tratamento sintomático da febre e inflamação com medicamento prescrito pela médica dela, spary de própolis para a boca que tem uma propriedade anti-infecciosa e cicatrizante natural, bom hidratante para a pele.

Alimentação: continua mamando na mamãe aqui, além disso suspendi sucos e frutas cítricas, ela tem aceitado comidinha mais pastosa e fria. Boas pedidas são sorvete de banana (congela a banana e depois bate no liquidificador, serve em seguida) porque a banana tem tanino, ajuda na cicatrização e é geladinha. Outro suco legal é o de caju, se for da fruta mesmo é mais legal.

Não esquecer de hidratar bem, porque como fica com dificuldade de engolir a criança pode desidratar, então vale oferecer sucos, água de coco, água, mamar, o que a criança preferir.

Importante:

A) O diagnóstico é feito só pelos sintomas, não precisa de exame complementar, até porque eles já estão tão incomodados que é até maldade tirar sangue ou qualquer outro procedimento invasivo sem necessidade.
B) É uma virose, de nada vai adiantar usar antibióticos.
C) Fique de olho na febre a nos sinais de hidratação da criança, ao menor sinal de desidratação leve a um serviço de saúde.

Mas confesso que apesar de saber que vai passar, que as bolhas das mãos e pés não doem (pelo menos é o que diz a literatura) eu tô morrendo de dó da minha bichinha, não vejo a hora dela melhorar.



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Adaptações de um quartinho Montessoriano

Marina tá crescendo, ficando cada vez mais ativa e independente, e acho que muito disso se deve a forma com que conduzimos a educação dela, sempre estimulando que faça as coisas por si mesma e adaptando os ambientes para que ela possa ter maior autonomia.

Dessa forma seu quanto passa por constantes transformações, são coisas simples e baratas que tem feito a diferença por aqui, então seguem algumas dicas práticas.
1. Estímulo a Autonomia.

O berço - faz tempo que ele não é usado da forma tradicional. Passou um tempão sem uma das grades laterais, acoplado a minha cama. Mas Marina e nem nós já não estávamos mais dormindo bem assim, de forma que voltei o berço para o quarto dela, mas adaptamos.

O pai dela foi na marcenaria e pediu para cortar as pernas, depois foi só remontar o berço diretamente no chão olhai ai como ficou. O legal é que tem perigo zero dela cair além de permitir sua autonomia de entrar e sair quando bem quiser. E como ficou baixinho, a noite quando coloco um colchão de solteiro do lado, tanto serve para dar maior segurança quanto para abrigar uma mãe cansada que vai atender as necessidades noturnas da filha rsrsrs.


Conseguir ela mesma ter acesso a algumas peças de vestuário e brinquedos, assim dispus na gaveta de baixo sapatos e sandálias e algumas peças que ela tem interesse, assim tira e coloca quando quer.


Acesso facilitado aos brinquedos, coloco assim mesmo no chão, agrupo por categoria, esses daí ficam do lado do berço e são brinquedos de encaixe e instrumentos musicais. Uma dica legal é fazer rodízio, então deixo dois ou três de cada categoria e depois vou trocando.



Mesinha para ela brincar, pintar, riscar... adquirida recentemente, é bem baixinha e ela tem total liberdade de uso. Outra coisa são os lápis de cera e de madeira, eles ficam em cima da mesa em porta lápis que confeccionei junto com ela.


2) Construção da auto imagem e autoestima.

Já tínhamos aderido ao espelho, com ela andando muito bem e obrigada a muitos meses, retiramos a barra de apoio e mantivemos o espelho.

Outra coisa legal é colocar quadros e figuras na altura da criança, assim usei uma moldura (dessas baratas mesmo que vendem em supermercado com fotos de flores) e colei nela as fotos reaproveitadas do painel do aniversário de um ano. Colamos na altura dela, olha como ficou.


Visão do espelho do quadro.
O quadro visto de frente, em baixo a caixa de tesouros toda detonada rsrsrss.
3) Senso de Organização.

Essa é difícil, porque ela é um bebê  e bagunça para caramba! Mas tento manter os itens agregados de acordo com o tipo ou uso, por exemplo no balde amarelo ficam instrumentos musicais, nos nichos ficam livrinhos e fantoches e por ai vai.
Detalhe do nicho contendo livrinhos.

Os instrumentos musicais.

Ainda faltam algumas coisas, estou planejando organizar um cantinho da leitura, porque os livrinhos dela ou ficam no nicho ou em cima da caixa de tesouros, não estão em um local único, mas ainda estou estudando como fazer de forma que fique acessível a ela e com poucos recursos financeiros rsrsrs.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Todo dia é dia de Marina.


Esse sábado será dia das crianças, Marina ainda não entende datas, e cá para nós, aqui em casa todo dia é dia de Marina kkkkk. Acordo com ela do lado, me acompanha até no xixi matinal, fazemos nosso café da manhã juntas, depois vem banho, brincadeiras, esse ciclo só se interrompe quando vou trabalhar, mas mesmo assim meus horários são na maioria alternados com os do pai dela, então se saio ele está presente e virse e versa. Quando volto, assim que abro a porta lá está ela, sorridente, vem direto e pede mamá, mamá, mamã. Dou mamar e volta tudo, brincadeira, fazer o jantar juntas, banho, jantar, escovar os dentes (a briga atual... aff), preparar o quarto, beijos no papai e dormir.


Marina com 4 meses trabalhando com a mamãe.
Essa pequena preenche nossas vidas e está fazendo dois marmanjos brincarem todo dia, e isso tem sido ótimo, um prazer enorme... Ela já tem vários brinquedos, que ganha dos avós, tios, padrinhos, no aniversários de 1 ano, assim ela não consegue brincar com todos (faço rodízio entre eles). Outra coisa é que não quero que ela aprenda a relacionar afeto a coisas materiais, quero que ela saiba que é importante para nós e que a amamos, quero que sinta em nós seu porto seguro. Assim, não planejei comprar um brinquedo em especial pensei em um dia divertido com as brincadeiras que ela mais gosta, com passeio na praia, comidinha gostosinha e a organizar junto com ela um cantinho para ela riscar, pintar, com lugar para os lápis de cor e uma mesinha com cadeira.


Alegria na piscina! Quem está se divertindo mais?
Com o plano em mãos fui atrás de comprar a mesa e a cadeira, queria uma simples, de plástico branca. Quando cheguei nas lojas achei tudo menos uma simples mesa branca, tinha mesa da Galinha Pintadinha, da Barbie, da Hello Kit, do Bem 10, do Patati Patata, mas nem uma uma mesa branca! Sabe o mais engraçado? Todos os vendedores me perguntavam se a mesa era para menina ou para menino e faziam cara de espanto quando eu falava a mesa era para uma criança, que podia ser de qualquer cor (a essa altura já tinha desistido do branco) desde que fosse sem personagens, resultado não comprei nada. Amanhã vou nesses atacados que vendem coisas para o lar no comércio do centro, quem sabe não acho uma mesinha simples e com um preço justo.

Independente de tudo, com ou sem mesa, estou certa de que o que Marina mais precisa é a nossa presença, participação e carinho diários. E não! Ela não vai ganhar uma mesa da Barbie e muito menos da Galinha Pintadinha (nada contra quem compra). Isso não significa que não compramos brinquedos para ela, ao contrário, compramos sim, quando achamos algo legal, diferente, educativo, mas para isso não precisa data, até porque como falei antes todo dia é dia de Marina, e também de Léia e de Ester (minhas sobrinhas amadas).


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O brinquedo é meu! É meu, é meu, é meu!

Que mãe ou pai nunca passou por um momento de "crise" com direito a choro, protesto, birra e tals quando outra criança pega um brinquedo do nosso filho? Acho que todos, em maior ou menor grau, já passaram por isso.

O engraçado e que´, com Marina, os protestos se estendem aos pertences do pai e aos meus, ai já viu.... Mas ....Por que isso acontece? Como lidar com isso?  Vai ser sempre assim?

Geralmente a partir de 1 ano os bebês aumentam seu interesse pela socialização, começam a se interessar mais por outras crianças, animais, plantas, atividades ao ar livre, etc. Por outro lado também começam a desenvolver um sentimento de posse com seus objetos, como brinquedos, ou com objetos de seus familiares.


Com Marina acontece mais ou menos assim, ela está bem, brincando, toda feliz, mas basta alguma criança pegar um brinquedo dela ou brinquedo que ela estava brincando (no caso do parquinho) que ela corre para tomar o brinquedo e começa a chorar, mas chorar mesmo. Confesso a primeira vez que isso aconteceu eu fiquei sem saber o que fazer, esse comportamento me assustou, não sabia se socorria minha filha ou a outra criança que também estava chorando.

Passado o choque inicial fui racionalizar e tentar entender melhor o que acontece e lembrei do livro Besame Mucho do Dr Carlos Gonzales, lembrava que lá falava algo sobre e fui conferir. Olha que legal, ele faz a seguinte pergunta: Por que razão aprender a partilhar é algo de tão obsessivo para pais e educadores? Para que vai servir às crianças aprenderem a partilhar? Nós, adultos, não partilhamos quase nada.

Segue com o seguinte exemplo: 

"Isabel, que ainda não tem dois anos, brinca no parque com o balde, a pá e a bola, sob o olhar atento e carinhoso da mãe. Claro, como não tem mãos que cheguem, nesse momento apenas a pá está na sua posse, o balde e a bola encontram-se a uma certa distância.
Aproxima-se uma criança desconhecida, mais ou menos da mesma idade, senta-se ao lado de Isabel e, sem dizer palavra, agarra a bola de Isabel. Há dez minutos que Isabel não ligava à bola e, no início, continua a bater no chão com a pá. Tranquila? Um observador atento terá reparado que as pancadas são mais fortes e que Isabel vigia a bola pelo canto do olho. O recém chegado, por seu lado, parece plenamente consciente de que pisa terreno perigoso; afasta a bola, observa o efeito, volta a aproximá-la... Para que não haja lugar a mal-entendidos, Isabel adverte: É minha! E vê-se obrigada a especificar: A bola é minha! O intruso, que aparentemente não domina frases de três palavras (ou simplesmente prefere não se comprometer), limita-se a repetir: Bola, boooola, bola! Sem dúvida com receio de que estas palavras correspondam a uma reivindicação de propriedade, Isabel decide recuperar a posse plena da sua bola verde. O intruso não oferece demasiada resistência, mas, num descuido, consegue agarrar no balde.
Isabel brinca durante uns minutos, satisfeita, com a bola recém-recuperada, mas logo se inquieta. E o balde?
Mas onde iremos parar?
Podemos passar assim metade da tarde. Umas vezes Isabel cederá de boa vontade durante alguns minutos, um dos seus brinquedos. Outras vezes, acabará por tolerá-lo de má vontade. Outras ainda, não o vai tolerar de todo. Por vezes, ela mesma oferecerá ao menino a sua própria pá em troca do próprio balde. Pode haver algum choro e gritos de ambas as partes; mas, em todo o caso, é provável que o seu novo amigo consiga bastantes momentos de brincadeira relativamente pacífica.

É muito possível também que ambas as mães intervenham. E aqui se produz algo que nunca deixa de me surpreender: em vez de defender como uma leoa a sua cria, cada uma das mães se põe do lado da outra criança. Vá lá, Isabel, empresta a pá a esse menino. Vamos, Pedrinho, devolve a pá à menina.

No melhor dos casos, as coisas ficarão por estas suaves exortações; mas, não poucas vezes, as mães competem em generosidade (porque é fácil ser generoso com a pá dos outros!): Vá lá, Isabel, se te portas assim, a mamã vai aborrecer-se! Pedrinho, pede desculpa agora mesmo ou vamos embora! Deixe-o, minha senhora, deixe-o brincar com a pá! Ela é uma egoísta... E o meu é terrível, tenho de estar sempre atrás dele, porque está sempre a aborrecer os outros meninos e a tirar-lhes coisas... E, assim, acabam os dois de castigo, como pequenos países em conflito que poderiam facilmente ter chegado a um acordo amistoso, se as superpotências não tivessem intervindo.

Cenas como estas, repetidas mil vezes, fazem com que por vezes consideremos os nossos filhos egoístas. Nós sem dúvida que partilharíamos uma pá de plástico e uma bola de borracha.

Mas será mesmo porque somos mais generosos do que eles ou são os brinquedos que não nos interessam?

É necessário colocar as coisas em perspectiva. Imagine que é você quem está sentada num banco do parque a ouvir música. Ao seu lado, sobre o banco, está a mala sobre um jornal dobrado. Nisto aproxima-se um desconhecido, senta-se ao seu lado e, sem dizer palavra, começa a ler o seu jornal. Pouco depois deixa o jornal (aberto e atirado para o chão!), agarra na mala, abre-a, olha para o seu interior... Será que a leitora saberia partilhar? Quanto tempo esperaria para dizer duas verdades ao desconhecido ou para agarrar na mala e sair a correr? Se visse passar um polícia ao longe, não o chamaria? Imagine agora que o polícia se aproxima e lhe diz:

- Vá lá, dê a sua mala a este cavalheiro ou ficarei aborrecido. O senhor desculpe, mas esta senhora não sabe partilhar... Gosta do celular? Telefone, telefone para onde quiser... A senhora cale-se, se continua a protestar, vai ver...

A nossa disposição para partilhar depende de três fatores: o que emprestamos, a quem e durante quanto tempo. A um colega de trabalho poderemos emprestar um livro durante semanas, mas aborrece-nos que um desconhecido mexa no nosso jornal sem pedir licença. Só a um grande amigo ou a um familiar emprestaríamos o automóvel para ir passear. 

Uma criança pequena tem poucas coisas suas, e um balde, uma pá ou uma bola são tão importantes para ela como para nós a mala, um computador ou uma mota. O tempo parece longo e emprestar um brinquedo durante uns minutos é tão difícil para ela como para o pai emprestar o automóvel durante alguns dias. E também é diferente quando se trata de amigos ou de desconhecidos, mesmo que não estejamos conscientes disso. Por exemplo, qual destas duas frases usaria a mãe de Isabel para resumir as histórias que contamos?

a) Enquanto a Isabel estava a brincar na areia com um amigo, um desconhecido agarrou no meu jornal e quase me roubou a mala. Que susto!
b) Enquanto eu e um amigo brincávamos com a minha mala, um desconhecido tentou tirar a bola da Isabel. Que susto!

Claro que, do ponto de vista de um adulto, qualquer criança de dois anos, indefesa e inocente, é um amiguinho. Mas quando se mede menos de um metro, um menino de dois anos é um desconhecido e pode mesmo ser um indivíduo com intenções suspeitas.

Depois de reler isso fiquei até envergonhada, porque para mim era muito fácil forçar Marina a dividir, ou seja, faltava empatia, faltava me colocar no lugar e na perspectiva dela. Passei a entender que isso acontece com todo mundo, e que no caso dela, com 1 ano e 4 meses, está em pleno início da construção de sua identidade e tudo que a cerca, incluindo seus brinquedos faz parte dessa construção.

Beleza, é natural, acontece... mas, qual a melhor maneira de lidar? Essa parte tentei lidar na intuição mesmo, seguem algumas dicas que pus em prática e ajudaram (por enquanto - hehe):

a) Mantenha a calma, não é o momento de entrar em disputa com seu filho.
b) Chame atenção para algo divertido que todos possam compartilhar.
C) Transforme a birra em brincadeira

Exemplificando: Esta semana ela estava com o sonzinho dela largado no chão brincando em um balancinho no parque, aproximou-se uma bebê um pouco mais velha e  pegou o brinquedo, daí ela saltou de onde estava, e foi pegar o sonzinho de volta aos pratos. Aproveitei a situação para "agir", acalmei ela, peguei o sonzinho, dei um disquinho para cada uma e incentivei as duas a encaixarem os disquinhos uma de cada vez, assim comigo ao lado ela se acalmou e participou da brincadeira, depois chegou outro garotinho que também entrou na brincadeira e assim passamos um bom tempo. Resumo: ela aceita partilhar mas se ela estiver incluída também. Fiz isso em mais duas oportunidades e deu certo, o choro diminuiu, ela acalmou e curtiu a brincadeira.

Por último: Vai ser sempre assim? Não tenho a resposta mas acredito que não, eles vão crescendo e mudando, aprendendo e nos surpreendendo.

Eu quero que Marina seja uma pessoa legal, que saiba vivem em comunidade de forma civilizada, que seja empática, mas não seria um contrassenso ensinar a ela a dividir as coisas de forma forçada? Simplesmente obrigando e pronto? O que ela aprenderia com isso?

É claro que essa abordagem que estou usando foi a que achei mais apropriada para ela que é uma bebê ainda, para crianças maiores, que já se comunicam melhor creio que apenas essa abordagem não é suficiente, nesse caso conversar francamente com a criança é sempre bom, e por último vale sempre lembra que nós somos o exemplo deles. Como podemos esperar que nossos filhos sejam generosos se nós mesmos não o somos?


domingo, 22 de setembro de 2013

Educando com amor: o que a Bíblia pode nos ensinar?



Não é novidade nenhuma que sou adepta da disciplina positiva, sem qualquer tipo de violência, seja física ou psicologia, então aqui em casa não há lugar nem para uma palmada.


Porém me incomoda bastante ver que muitas pessoas utilizam da Bíblia para justificar a violência contra as crianças, o caso é tão sério que três mortes de crianças já foram ligadas a castigos físicos estimulados pelo livro do Pastor Pearl que ensina como "educar" usando a vara da Bíblia (link para a noticia).
Apesar de não ser a mais religiosa das mulheres sempre entendi que o Cristianismo prega o amor ao próximo, o respeito aos irmãos, a vida, logo, não haveria lugar para qualquer tipo de violência.

Desde que participo do Grupo Bater em Criança é Covardia venho aprendendo enormemente, e entre meus aprendizados fui apresentada a esse texto, que para mim foi esclarecedor,  aqui o link do arquivo original que está em inglês. Esse texto é especialmente importante porque explica sobre as orientações Bíblicas quanto a educação dos filhos, o autor faz isso, por meio de um estudo da tradução da palavra "Shebet" do hebraico, que é traduzida como "vara" e usada justamente nos versículos citados pelos defensores da violência física como forma de educar. No grupo já havia uma parte do texto traduzida pela Gi Brigato, então decidi traduzir o resto do texto, fui traduzindo e conferindo tudo na Bíblia. Segue a tradução, espero que gostem:


Um exame atento sobre as Escrituras: "vara " em Provérbios.

A que Escrituras que estamos nos referindo quando falamos do termo "vara " ?

Provérbios 13:24 Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga .
Provérbios 22:15 A estultícia (tolice) está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dele.
Provérbios 23:13 Não retires da criança a disciplina, pois, se a afugentares com a vara não morrerá.
Provperbios 23:14 Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno .
Provérbios 29:15 A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si efetua vergonha à sua mãe .
 

A palavra " vara " é shebet em hebraico. Há 31 outras Escrituras usando esta palavra, traduzida como "vara". Estes versos serão agrupadas em categorias de acordo com a forma como a palavra "vara" (traduzido do "shebet") é usado.


A vara de um pastor de ovelhas seja como instrumento ou ferramenta

Levítico 27:32 Quanto a todo dízimo do gado ou do rebanho , mesmo de tudo o que passar debaixo da vara, esse dízimo será santo ao Senhor .
Salmos 23:04 Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo , a tua vara e o teu cajado me consolam .
Salmos 02:09 Tu os quebrarás com uma vara de ferro ; tu traço -los em pedaços como um vaso de oleiro Isaías 28:27 Porque a nigela não se trilha com instrumento de trilhar, nem é roda de carro sobre o cominho, mas a nigela é debulhada com uma vara, e o cominho com um pau .

Simbolizando patrimônio de Deus ( desdobramento )

Salmo 74:2 Lembre- te da tua congregação , que tu compraste desde a antiguidade , mas a vara da tua herança, que remiste do monte Sião , em que tens habitado .
Jeremias 10:16 A porção de Jacó não é como eles, porque ele é o que forma todas as coisas, e Israel é a vara da sua herança : O Senhor dos exércitos é o seu nome .
Jeremias 51:19 A porção de Jacó não é como eles , porque ele é o que forma todas as coisas , e Israel é a vara da sua herança : SENHOR dos Exércitos é o seu nome .

Simbolizando a autoridade do mau


Salmos 125:3 Porque o cetro da impiedade não repousará sobre a sorte dos justos, para que os justos não estendam as suas mãos para cometer a iniquidade .
Provérbios 22:08 Aquele que semeia a iniquidade colherá vaidade e a vara da sua indignação falhará .

A vara para ser usado em uma FOOL ( FOOL significa tolo, estúpido ou idiota )

Provérbios 10:13 Nos lábios do Aquele que tem entendimento sabedoria é encontrado , mas a vara é para as costas do que é falto de entendimento .
Provérbios 26:3 O açoite é para o cavalo, o freio para o jumento , e a vara para as costas dos tolos .

Simbolizando o homem é autoridade

II Samuel 07:14 Eu serei seu pai, e ele será meu filho . Se vier a transgredir , castigá -lo com vara de homens , e com açoites de filhos de homens;
Ezequiel 19:11 E tinha uma vara forte para cetro de governador nu , e sua estatura era exaltado entre os espessos ramos , e foi vista na sua altura com a multidão dos seus ramos .
Ezequiel 19:14 E fogo saiu de uma vara dos seus ramos, que devorou ​​o seu fruto, para que ela não tem vara forte para servir de cetro para governar . Esta é uma lamentação, e serão para a lamentação.

Simbolizando a autoridade de Deus



Jó 9:34 Tire ele a sua vara de cima de mim, e não deixe que o medo me aterroriza: 21:09 Trabalho . Suas casas estão a salvo de medo, não é a vara de Deus sobre eles 
Salmo 89:32 Então vai visitarei a sua transgressão com a vara, e a sua iniquidade com açoites.  
Isaías 10:5 Ai da Assíria, a vara da minha ira, e os funcionários em sua mão é a minha indignação. 
Isaías 10:15 á o machado gloriar-se contra o que corta com ele? ou deve-se ampliar a serra contra o que faz tremer isso? como se a vara deve agitar-se contra os que levantá-la, ou como se a equipe deve levantar-se, como se não fosse de madeira. 
Isaías 11:4 Mas com justiça julgará os pobres, e decidirá com equidade para a mansos da terra, e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio. 
Lamentações 3:01 Eu sou o homem que viu a aflição pela vara do seu furor.  
Miquéias 7:14 Apascenta o teu povo com a tua vara, o rebanho da tua herança, que habita a sós no bosque, no meio do Carmelo; apascentem-se em Basã e Gileade, como nos dias antigos.  
Ezequiel 20:37 E vos farei passar debaixo da vara, e vos farei entrar no vínculo da aliança:  
Ezequiel 21:10 está afiada para fazer um abate ferida, que é polida que pode brilhar: devemos então fazer a alegria? ele contemneth a vara de meu filho, como todas as árvores. 
 Ezequiel 21:13 Porque é um julgamento, e que se a menosprezar a espada até a vara? ela não será mais, diz o Senhor DEUS.

Simbolizando a autoridade de uma nação


Isaías 09:04 Porque tu quebraste o jugo da sua carga , eo bordão do seu ombro , o cetro do seu opressor , como no dia de Madiã .
Isaías 14:29 Regozijai-vos não tu, toda a Filístia , porque a vara que te feria; está quebrado : porque da raiz da cobra sairá um basilisco, eo seu fruto será uma serpente voadora.
Isaías 30:31 Porque com a voz do Senhor a Assíria ser abatido , a qual feriu com a vara.
Miquéias 5:01 Agora , ajunta-te em tropas , ó filha de tropas : ele tem colocado cerco contra nós : ferirão o juiz de Israel com a vara no queixo .


Agora vimos todos os 36 locais onde a palavra "vara" aparece na KJV (O KJV é o dicionário de hebraico que o autor usou para sua pesquisa), assim, vamos examinar o uso desta palavra . Existem poucos lugares que " shebet " refere-se a uma haste literal que tem relação a bater em alguém . São eles:

a) Êxodo 21:20 E se alguém ferir a seu servo ou a sua serva , com pau, e este morrer debaixo da sua mão, certamente será castigado.
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A referência da escritura Êxodo nos mostra que haverá punição caso o patrão ou senhor use essa haste (Vara) ​​em um empregado doméstico ou servo o levando a morte.
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B) II Samuel 07:14 Eu serei seu pai, e ele será meu filho. Se vier a transgredir, castigá-lo com vara de homens, e com açoites de filhos de homens;
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Quando vemos o uso da vara em tolos, isso seria adultos que são " loucos", porque eles estão crescidos e ainda não tem auto-controle. Seria comparável a um criminoso apanhar. Esse não é o caso de uma criança. Vemos exemplos de criminosos sendo espancados na Escritura.

Não há exemplos de crianças sendo espancadas com um bastão .

Nós vemos na maioria dos outros casos, que a palavra " vara " é usada para simbolizar a autoridade de Deus, ou a autoridade de uma nação.

Lendo as passagens de Provérbios em que encontra o termo " shebet ", você vai ver que sempre poderá substituir a palavra "vara" por "autoridade". Se a " vara ", pode estar se referindo à autoridade de Deus ou autoridade de uma nação em alguns dos versículos acima , então ele está se referindo a autoridade de um pai nos seguintes versículos:


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Provérbios 23:13 Não retires da criança a disciplina, pois se a fustigares com a vara não morrerá.
Provérbios 23:14 Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno .
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Nos versículos anteriores, vemos que ele não morrerá com esta vara . No entanto, em Êxodo, vimos que um homem poderia causar a morte de alguém com um shebet literal. Se as Escrituras estavam falando sobre uma haste literal aqui, seria uma contradição, pois diz que ele não morrerá. Você não pode matar alguém com a sua autoridade. Pode sim impressiona-los com sua autoridade, usando seu poder de disciplina (ensinar , discípulo , educar , instruir ) para orientá-los. Assim eu entendo que a interpretação deste versículo é figurativa.

Se esta passagem estivesse se referindo a uma surra literal, nesse contexto, ele teria que estar falando sobre uma criança crescida . Os versículos antes e depois são escritos por um pai falando com seu filho crescido, ou quase adulto. No entanto, você ainda tem o problema da contradição, nesse caso um "shebet"  literal (uma haste) pode fazer com que alguém morra, o que não é o caso aqui.

Outra observação que vale a pena mencionar é a palavra filho usada em todas as vezes que aparece a palavra "vara" nas Escrituras em Provérbios. A palavra usada para filho é " na'ar ". Este termo significa o seguinte: um menino, rapaz, servo , a juventude , o retentor
a. menino, rapaz, juventude
b . servo , o retentor

Concretamente um menino (como ativa), da infância para a adolescência; por implicação um servo ; também (por troca de sexo), uma menina ( de mesma idade do emnino).

A KJV traduz "na'ar" da seguinte forma: homem jovem 76, servo 54, criança 44,   rapaz  33 , jovem 15, crianças 7,  juventude 6, babê 1 , meninos 1.

Isto significa que estamos falando de meninos na maioria das vezes quando vemos esta palavra (uma vez que um rapaz seria um homem) aqui e, geralmente homens jovens.

Portanto, * se * se entende estas Escrituras no sentido literal em relação a punição, possivelmente, só se aplicam aos pais espancando seus filhos que são mais velhos (a partir da adolescência até o início da juventude - cerca de 20 anos) . Porém os cristãos "especialistas" em disciplina não mencionam isso. No entanto, se você estiver interpretando as Escrituras literalmente, esta teria que ser a explicação. Autores cristãos dizem que você deve parar de bater (castigar fisicamente seu filho) por volta dos 12 ou 13, ainda de acordo com esta passagem da Escritura, nem sequer se começa a usar o castigo físico até então. Assim, vemos que as Escrituras, se tomado literalmente, estariam se referindo a esta forma de punição como um último recurso para salvar a criança (que foi, possivelmente, um menino só ) do inferno.

Muitos cristãos têm se detido a esses cinco versículos e se desligado de toda uma filosofia de educação infantil neles! Os pais são orientados a usar punição física como uma forma primária de punição ( o que os especialistas chamam de disciplina ). Alguns usam a expressão "castigo" e "disciplina" de forma intercambiável quando querem dizer duas coisas completamente diferentes . Essas pessoas estão baseando sua teologia em nada mais do que as tradições dos homens!

Além disso, é-nos dito em Deuteronômio 21:18-21.

18 Se um homem tiver um filho contumaz e rebelde , que não obedeça à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos,
19Seu pai e sua mãe o pegarão, e o levarão aos anciãos da sua cidade, à sua porta,
20 e lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz , não dá ouvidos à nossa voz, é dissoluto e beberrão .
21 E todos os homens da sua cidade o apedrejarão até que morra: assim tirarás o mal do meio de ti; todo o Israel ouvirá e temerá.

Assim, os pais são informados a primeiro a falar com o seu filho (ele não ouviu a sua voz ) . Então, eles são instruídos a castiguem. Parece que eles deveriam instruir primeiro e então corrigi-lo. Então, se isso não funcionar, ele deve ser apedrejado.

Se não apedrejamos mais, então por que nós assumimos que devemos usar espancamentos físicos para trazer arrependimento? Não devemos fazer algumas crianças de exemplo e apedrejá-las também?
 

Jesus foi gentil com as crianças . Ele é um pastor de ovelhas . O pastor usa a vara para guiar as ovelhas , não para vencê-las ! Salmo 23 usa " shebet " para descrever a "vara " do pastor.

As pessoas me dizem que o pastor usaria sua "vara " para quebrar as pernas de uma ovelha perdida dessa forma consegue mantê-la próxima, pois temerá ir embora e se machucar, por isso esta é a prova de como devemos punir fisicamente os nossos filhos. No entanto, eu acho que isso só prova que devemos tentar manter o coração dos nossos filhos e mantê-los no caminho certo, rezando a Deus para lhes proteger.

Deus é o grande pastor e vai trabalhar na sua vida de uma maneira muito mais eficaz do que eu posso. Se ele escolher permitir que ocorra algum tipo de circunstância ou situação ("para quebrar as pernas") em sua vida, para dobrá-los, então que assim seja! Ele é muito mais forte do que eu. As "pernas" de nossas crianças podem ser quebrados por consequências naturais ou espirituais e logicamente isso é muito mais eficaz do que a dor física provocada pelo homem.

Um adendo, dois anos depois : Houve um tempo em que eu estava duvidando de minha decisão de parar de espancar e duvidando de que Deus havia me mostrado aqui. Afinal, é difícil ser um " pária " em alguns círculos cristãos quando suas crenças diferem dos outros. Contudo, Deus me enviou uma maravilhosa mulher cristã que tem educado os seus três filhos de acordo com esta interpretação das Escrituras. Ela leu este estudo e, em seguida, procurou o número do meu telefone e me ligou de longa distância para falar por 5 horas. Ela confirmou quase literalmente a partir de suas próprias 13 páginas de notas o que Deus havia me mostrado e me disse que Deus havia lhe dado as informações 25 anos antes . Ela tinha o hebraico verificado por três rabinos que confirmaram esta interpretação de " shebet ". Obrigado, Senhor, por enviar essa mulher piedosa para confirmar o que seu Espírito já tinha revelado.


Esse texto traz uma reflexão excelente, lendo mais a Bíblia encontrei outros versículos que me fizeram acreditar ainda mais que a quando fala de educação dos filhos, fala de educar, dar exemplo, acompanhar a vida do filho.

Também é bom ressaltar que Proverbios é um livro do Velho Testamento, época do Olho por Olho, Dente por Dente! Época em que se justificava culturalmente o apedrejamento de pessoas como forma de punição. Quando Jesus realiza suas pregações e anuncia o Novo Evangelho ele refuta muitas dessa práticas, inclusive o apedrejamento. Aliás Jesus respeita e valoriza as crianças e isso está muito claro nas escrituras. E que geralmente quando se bate em uma criança, isso ocorre por descontrole do adulto, é uma forma de punir no calor da emoção. Isso está muito longe de ser educação. Ao contrário é limitar o comportamento pelo medo, não pelo exemplo, e isso está longe da filosofia que o Cristo pregou.









segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O que é um bebê High Need?

Dia desses me deparei com o termo High Need Baby, ou Bebê de Altas Necessidades aportuguesando. Não, isso não é doença! Pelo que vi é um traço da personalidade, esses bebês geralmente são mais intensos em tudo, exigem mais atenção dos pais e não se conformam fácil. 

Não tem muito material sobre o tema, a maior parte dos textos são de autoria do Dr Sears e estão em inglês. Eis as características elencadas pelo Dr 
Dr. William P. Sears, pediatra americano, autor dos livros "The Fussy Baby Book: Parenting Your High-Need Child From Birth to Age Five" (Retirado da comunidade do facebook High Need Babies Brasil, postado por Kecia Katzer Amaral).



1- Intensos - Eles choram alto, mamam vorazmente, gargalham com gosto e protestam com força.

2 - Hiperativos - Hiperatividade como descrição e não como doença. Eles parecem sempre ligados no 220V!
3 - "Drenadores" - As mães transferem suas energias para o bebê e também que uma atitude mais positiva seja melhor: ao invés de pensar em dias de esgotamento, pensar em dias de doação.
A necessidade aparentemente constante de colo, seio e conforto faz com que sobre pouca energia para a mãe.
4 - Mamam frequentemente - As necessidades do bebê irão se intensificar durante os dias de altas necessidades e vão gravitar entre a chupeta favorita e a pessoa favorita, o que, no caso de um bebê amamentado no seio, são a mesma coisa.
5 - Demandantes - Eles não gostam de esperar e não aceitam alternativas.
6. Acordam frequentemente
7 - Insatisfeito - Haverão dias que você irá amamentar, embalar, caminhar, dirigir, vestir e tentar todas as técnicas de conforto conhecidas pelo homem ou mulher e nada irá funcionar. Não leve isso como sinal de fracasso. Você faz o melhor que pode e o resto é com o bebê. Você não falhou como mãe até mesmo se seu bebê é triste o tempo todo. Isso é simplesmente parte da personalidade dele.
8 - Imprevisível - O que funcionava ontem não funciona hoje.
Eles têm mudanças extremas de humor: quando estão felizes são os bebês mais felizes do mundo, quando estão bravos são os piores bebês do mundo.
9 - Super-sensíveis - Estão sempre alertas com o que está acontecendo no ambiente, sendo facilmente superestimulados ou se entediando rapidamente. Eles preferem ambientes seguros e conhecidos.
Enquanto a rotina da casa pode continuar normal com a maior parte dos bebês, com os sensíveis, o menor ruído os acorda.
Eles não aceitam cuidadores substitutos com facilidade.
10 - "Não dá pra tirá-lo do colo" - Eles querem contato pele com pele, colo, peito e cama. Eles extraem todo contato físico que podem de seus cuidadores. Às vezes colo não é suficiente e eles querem um colinho-andante.
11 - Não se acalmam sozinhos
Eles querem interagir com pessoas e não com coisas.
Eles precisam de ajuda para dormir.
12 - Sensíveis à separação - Não aceitam cuidadores substitutos e demoram a se afeiçoar a estranhos.
Ele e a mãe são uma só pessoa e ele sabe que precisa dela pra ser completo.

Não há uma fórmula de como lidar, mas na verdade só saber sobre já ajuda, no mais muita compreensão e carinho, a seguir transcrevo o relato de experiência do próprio Dr Sears sobre a filha. Esse relato foi traduzido por Andréia Mortesen e retirado da Comunidade Soluções para Noites sem Choro,  fonte original: Askdrsears.com

 

 O que são bebês de alta necessidade (high need)? A história da nossa bebê


 Nossos três primeiros filhos eram relativamente "fáceis". Eles dormiam bem e tinha rotinas de alimentar bem previsíveis. Suas necessidades eram fáceis de identificar e satisfazer. Na realidade, eu comecei a suspeitar que os pais que vinham em meu consultório pediátrico reclamando de seus bebês difíceis, que choravam muito, estavam exagerando! “Por que toda essa dificuldade com bebês?”, eu me perguntava.

COMO ELA AGIA 

Então veio Hayden, nosso quarto bebê, cujo nascimento mudou nossas vidas. Nossa primeira dica que ela seria diferente veio em um ou dois dias. "Ela só quer colo," se tornou a frase frequente de Martha. Amamentar para Hayden não era somente fonte de alimento, mas de conforto. Martha se tornou uma chupeta humana. Hayden não aceitaria nenhum substituto. Ela estava constantemente no colo e no peito - e essa rotina constante se tornou muito cansativa. Os choros de Hayden não eram meros pedidos, eles eram exigências! Amigos com boas intenções sugeriam, "Simplesmente ponha-a no berço e deixe-a chorar." Aquilo não funcionou mesmo. Sua persistência extraordinária a fez continuar chorando, chorando. Seu choro não diminuiu, pelo contrário, se intensificou. E nós não respondemos.

Hayden era excelente para nos ensinar o que precisava. "Contanto que a pegássemos no colo, ela estaria feliz”, se tornou nosso slogan sobre como cuidá-la. Se tentássemos deixá-la chorar, ela choraria mais e mais alto. Nós jogavamos o jogo “passe o bebê”. Quando os braços de Martha não aguentavam mais, ela vinha para os meus.

Hayden se tornou uma bebê de braços, de peito e na nossa cama. Se tentássemos descansar deixando-a aos cuidados de outra pessoa, ela protestaria contra qualquer cuidador. O slogan da vizinhança se tornou: todo lugar que Bill e Martha vão, a Hayden vai atrás. Nós a apelidamos de "bebê velcro." Hayden nos abriu como pessoas. A virada veio quando nós fechamos os livros sobre como criar o bebê e abrimos nossos corações à nossa filha. Ao invés de ficar na defensiva com medo de mimá-la demais, nós começamos a ouvir o que Hayden estava tentando nos dizer desde o momento que saiu do ventre: "Oi, mamãe e papai! Vocês foram abençoados com um tipo diferente de bebê, e eu preciso de cuidados diferentes. Se vocês me derem esses cuidados, tudo vai ficar bem. Mas se vocês não derem, nós estaremos em longos conflitos." Logo que descartamos nossas idéias pré-concebidas de como bebês devem ser e aceitamos a realidade que como Hayden era, nós nos entendemos muito melhor. Hayden nos ensinou que bebês não manipulam, eles comunicam.

COMO NOS SENTIMOS 

Se Hayden fosse nossa primeira filha, nós teríamos concluído que era totalmente nossa culpa que ela não conseguia se confortar, porque éramos pais inexperientes. Mas ela era nossa quarta filha, e dessa vez nós achávamos que sabíamos como cuidar de uma criança. Ainda assim, Hayden fez com que duvidássemos de nossas habilidades como pais. Nossa confiança foi definhando ao mesmo tempo que nossas energias se esgotavam. Nossos sentimentos sobre Hayden eram tão erráticos como seu comportamento. Alguns dias éramos empáticos e cuidadosos, outros dias estávamos exaustos, confusos e ressentidos das suas exigências constantes. Esses sentimentos confusos era estranhos para nós, especialmente após já ter criado três outros “bebês fáceis”. Logo ficou óbvio que Hayden era um tipo diferente de bebê. Ela era “alimentada” de modo diferentes dos outros bebês.

O QUE FIZEMOS

Nosso desafio foi descobrir como uma mãe e pai dessa pessoa única conseguiria salvar alguma energia para nossos outros 3 filhos- e para nós mesmos.

Nosso primeiro obstáculo foi superar nosso passado profissional. Nós fomos educados na década de 60 e 70, então fomos vítimas do tipo de mentalidade que prevalecia na época - o medo de mimar, de estragar. Nós entramos no mundo da paternidade e maternidade acreditando que era obrigatório controlar nossos filhos, senão eles nos controlariam. E havia um medo terrível de ser manipulados. Nós estávamos perdendo controle? Hayden estava nos manipulando? Consultamos livros, um exercício inútil. Nenhum livro sobre criação de bebês continha um capítulo sobre Hayden. E a maioria dos autores homens ou tinham passado da idade de criação de filhos, ou pareciam muito distantes do dia-a-dia de cuidados com bebês. Ainda assim éramos dois adultos com experiência, cujas vidas estavam sendo comandandas por um bebezinho.

Um amigo psicólogo que estava nos visitando comentou sobre os choros de Hayden: "Nossa, seu choro é impressionante, ela não chora de modo bravo, como se exigisse algo, mas num modo esperançoso, como se ela soubesse que ela seria ouvida."

Hayden nos fez reavaliar nosso trabalho como pais. Nós pensávamos que um pai ou mãe eficiente precisava estar sempre com controle da situação. Então percebemos que essa tendência era auto-derrotadora. Essa postura assume que existe um adversário na relação mãe/pai e bebê: o bebê está “determinado dominar você”,então é melhor que eu domine primeiro. Hayden nos fez perceber que nosso papel não era de controlá-la. Mas sim de cuidá-la e ajudá-la a se controlar.


Nosso trabalho como pais não era de mudar Hayden para um clone comportamental de outro bebê. Seria errado tentar mudá-la. (Que sem graça seria esse mundo se todos os bebês agissem igual!). Seria melhor expandir nossas expectativas e aceitá-la do jeito que ela é, não do jeito que nós queríamos que ela fosse. Nosso papel como pais era como o de um jardineiro: não podemos mudar a cor da flor ou o dia de florescer, mas podemos plantar as sementes e aparar a planta de modo a florescer lindamente. Nosso papel era ajudar no comportamento de Hayden e nutrir suas qualidades especiais, então ao invés de serem defeitos esses traços temperamentais funcionariam no futuro em sua vantagem.

Onde ela deveria dormir? Ela acordava mais e mais, até que uma noite ela acordou de hora em hora. Martha disse, "Eu não me importo o que o livro diz, eu preciso dormir!!" Em seguida aconchegou Hayden do ladinho dela em nossa cama. Uma vez que descartamos a cena de um bebê que se auto-conforta dormindo sozinho no berço, todos nós dormimos juntos e felizes. Nós descobrimos que temos que ser seletivos com as pessoas que nos condoemos.

Quando discutimos nossos dilemas de como criar Hayden com nossos amigos, nós nos sentimos como se ela fosse o único bebê no mundo que não conseguia se satisfazer sozinha durante o dia ou se auto-tranquilizar durante a noite. Concluimos que ninguém poderia entender um bebê como Hayden ao menos que tivessem um bebê como Hayden. Eventualmente, Martha encontrou algumas amigas que pensavam de modo semelhante e se rodeou de amigos que nos apoiavam.

O que chamá-la? Hayden não se ajustava nas “classificações” existentes. Ela não era realmente uma bebê "inquieta, chorona", contanto que a tivéssemos no colo e atendêssemos suas necessidades. "Com muita energia" era equivocado, todo mundo quer um bebê com muita energia. Ela não tinha "cólicas," porque não parecia ter dor. Nem a palavra "difícil" era realmente verdade; alguns poderiam implorar para ser diferente, mas nós achamos que segurar e ficar perto de um bebê a quem nos tornamos tão apegados não era tão difícil assim. Além disso, esses nomes eram tão negativos para essa pessoinha que parecia saber tão positivamente o que ela precisava e como obter. Não foi até muito anos depois, após conversar com dezenas de pais de bebês que também tinham uma necessidade tão grande de mamar frequentemente, de serem abraçados muito, de precisarem de muito contato humano à noite, que o termo “criança com altas necessidades” nos atingiu. Isso descreve da melhor forma esse tipo de bebê que Hayden era e o tanto de cuidado maternal/paternal que ela precisava.

No meu consultório pediátrico descobri que o termo "criança de altas necessidades" era psicologicamente correto. Quando pais totalmente exaustos chegavam no meu consultório para aconselhamento sobre seus bebês exigentes, eles já tinham recebido uma montanha de negativas: "Você dá muito colo a ela," "Deve ser seu leite," "Ela está te controlando." Todas frases tinham uma mensagem oculta de "bebê ruim e pais ruins." Eles se sentiam culpados de algum modo pelo modo que seus bebês agiam assim. Assim que eu pronunciava o diagnóstico "criança com altas necessidades," eu podia ver o alívio em suas faces. Finalmente, alguém tinha algo bom para falar do meu bebê! "Altas necessidades " soava especial, inteligente, único, e põe o foco na personalidade do bebê, aliviando pais da culpa em acreditar que seu bebê agia desse modo por causa de seu modo de ser pai ou mãe. Ainda mais, "altas necessidades" sugeria que havia algo que os pais poderiam fazer para ajudar o bebê. Ressalta a idéia de que esses bebês simplesmente precisam de mais: mais toque, mais compreensão, mais sensibilidade, mais apego.

O problema do controle. Hayden fez que nós reavaliássemos a questão do controle bem cedo. Gradualmente descobrimos que uma criança não pode controlar seus pais, ou os pais controlarem a criança. Ainda assim os pais devem controlar as situações, porque quando não há limites, a vida em família é um desastre. Nós precisávamos estar no controle de Hayden, fornecer-lhe as "regras da casa" e então controlar seu ambiente de modo que não ficaria impossível para que ela cumprisse essas regras. O que nos ajudou a se livrar desse medo-de-estragar e medo-de-ser-manipulado foi perceber que era melhor errar pelo lado de ser reativo demais e responsivo demais do que de menos. Enquanto trabalhávamos desenvolvendo um equilíbrio de respostas apropriadas, haviam vezes que respondíamos muito tarde, e outras vezes que respondíamos rápido demais. Mas sentimos que na dúvida, era melhor sempre responder. Crianças que são talvez mimadas um pouco (como muitos primogênitos geralmente são), vão desenvolver uma auto-imagem saudável e confiar em seus pais. Com essa base é mais fácil recuar um pouco enquanto tenta-se criar um balanço saudável entre as necessidades dos pais e as da criança. O filho de pais que respondem pouco desenvolvem uma auto-imagem pobre de baixa estima, e uma distância se cria entre pais e filho. Essa situação é difícil de consertar. Eu nunca tinha ouvido pais em meu consultório pediátrico dizerem que eles desejavam que não tivessem que dar tanto colo ao bebê. Na verdade, a maioria, se pudessem voltar no tempo, teriam dado mais colo a eles.

Nós não estavamos preparados para a criança com opinião fortíssima que encontraríamos em Hayden. Nossos outros filhos mais velhos tinham respondido bem a dicas verbais, mas Hayden parecia não nos ouvir. Então, ao invés de repetir constantemente "não, não ponha a mão " (o que era fútil), nós a ensinamos que na casa toda existiam os pontos “sim, toque”, e “não, toque”. Nosso trabalho era fazer os locais "sim, toque" mais acessíveis a ela que os locais proibidos, então ela poderia aprender a se controlar. Hayden conseguia operar seus controles internos num ambiente que tinha ordem e estrutura em certo ponto (cada casa faz isso de modo diferente). Quando ela teve oportunidade de se comportar apropriadamente independente de infinitos nãos de nossa parte, ela começaria a ter um senso de seus próprios controles internos.

Nossas necessidades x suas necessidades. Na metade do primeiro ano de Hayden percebemos que ser pais de um bebê de altas necessidades poderia ter um efeito "para melhor ou para pior " na relação marido-mulher. Facilmente as coisas saíam do controle. Uma criança de altas necessidades pode facilmente dominar a casa. Havia épocas em que Martha se arriscou se “queimar” de tanto se doar. Um aviso de um incêndio vindo era Martha dizendo: "Não tenho nem tempo para um banho, Hayden precisa tanto de mim." Para sanidade de Martha, e no final das contas para sanidade da família toda, eu tinha que lembrá-la, "O que Hayden precisa mais é de uma mãe feliz e descansada." Não era suficiente somente orar. Além de dedicar-se intensamente na casa e com as outras crianças, eu carregava Hayden e cuidava dela quando podia. Eu a levava para um passeio para que Hayden pudesse ficar longe das vistas e mente de Martha por um tempo.

Ter uma criança de altas necessidades nos ajudou amadurecer a comunicação um com o outro. Houve sempre o dilema "suas necessidades ou nossas necessidades ". Nós tivemos que roubar tempo para nós mesmo, percebendo que mesmo os melhores pais ou mães podem ser mitigados se o casamento não funciona. Vi quão importante era para Martha que validassem suas atitudes de mãe. Eu sempre oferecia-lhe frases como "Você sabe melhor que ninguém”, mas também quando a vi esgotando suas energias sentia que tinha que intervir e ajudar. Eu me perguntava quando é que teria minha esposa de volta, mas percebi que não poderíamos voltar no tempo. Eu era um adulto, e Hayden passaria nesse estágio somente uma vez.

A recompensa. Hayden cresceu de uma criança de “altas necessidades” e uma adolescente super energética, e se formou na faculdade de (adivinhe) artes dramáticas. Sua vida como bebê está em nosso livro THE FUSSY BABY. Ela as vezes abre esse livro e mostra a seus amigos, "Essa sou eu." Na noite de formatura enquanto pousava para foto, parecia tão adulta em seu vestido longo. Eu murmurei a Martha, "Bebês de alta necessidade preenchem os espaços vazios," e essa mulher adolescente-adulta piscou para papai. Enquanto eu a escoltava pelo corredor para seu baile de formatura, nossas mentes e corações se encheram de lembranças daquelas cenas incontáveis de cansaço dos tempos de bebê e infância. Enquanto eu entrava na igreja de braços dados com meu “Bebê chorão” para transferí-la para o homem dos seus sonhos, percebi que essa mulhere madura e talentosa iria agora doar a seu companheiro e seus filhos o estilo de cuidado que nós tínhamos lhe dado. Martha e eu olhamos um para outro e pensamos, "Foi um caminho longo e difícil, anos com esse bebê no colo, peito, em nossa cama, muitos confrontos de disciplina, e esses anos todos de paternidade e maternidade com muito apego produziram uma pessoa confiante, misericordiosa, carinhosa. Valeu a pena.”

Mudando a personalidade da criança “high need”

As palavras que você usa para descrever seu filho mudarão conforme os anos passam, os traços que a deixaram tão cansada durante a infância são canalizados em qualidades que farão seu filho um adulto interessante e dinâmico. Tente pensar de modo positivo na personalidade de seu filho. Rótulos que pareciam negativos serão traços positivos na personalidade do seu filho no futuro.